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- Verdade que traz felicidade.





Eu sempre odiei pessoas hipócritas, talvez um dia eu tenha sido uma delas, mas hoje? Hoje não... Agora eu tenho nojo de todas essas caras bonitinhas com falsidades na ponta de suas línguas... Ai meu Deus, essas pessoas mesquinhas deveriam sei lá... Explodir e para de foder com a vida dos outros.

O céu está azul, quase cintilante, estou vagando pelas ruas de Saquarema sem ter um lugar certo para ir... Alguns meninos mexiam comigo, mas eu os ignorava como sempre... Eu não me importava com eles, apenas me lembrada dele. Fui diretamente para a lagoa, mas primeiro tive que dar a volta por trás da igreja, lembro de quando fomos juntos ali, foi bastante divertido... Cá entre nós você faz falta agora... Me veio uma vontade de ouvir a sua voz agora, na verdade é uma necessidade. Uma voz totalmente inspiradora que agora pode estar longe de mim, eu sinto isso... Todas aquelas cartas e versos que escrevi são reais, escrevi tudo o que eu sinto em um pedaço de papel. Sinto como se você não fosse sair de dentro de mim nunca, pois você já faz parte de mim... Sentei em uma pedra que ali havia e afundei meu pé na lagoa... Havia pessoas do outro lado e só eu ali, ouvi passos fortes que indicavam que estava descendo das pedras, não quis me virar e nem saber quem era, apenas continuei a escrever em meu livro e aproveitando o vento que batia em meu rosto e trazia o cheiro intenso amargo da maresia...

-Anna?! – exclamou ele assustado, eu fechei o livro com pressa já que estava escrevendo sobre ele.

-Daniel?! – eu levantei em um pulo e foi automático, eu o abracei forte, dava para sentir o seu cheiro amadeirado – O que faz aqui? – eu estava nervosa e sentia minhas mãos suarem.


-Eu... – ele parecia envergonhado – Senti sua falta pequena... E algo me dizia que você estaria aqui... Não sei ao certo porque mais... Eu sonhei com você esta noite e sabia que tinha que te encontrar.

Corei rapidamente.

-Pensei que você não me quisesse mais... Quer dizer... Que não quisesse me ver mais... – eu estava sem jeito e isso era notável que ele ria de mim.

-Não foi isso... Nós fomos idiotas... Eu fui idiota... Brigamos por um pequeno motivo... Você sabe disso.

-Sim eu sei. Mas você está bem? – falei enquanto eu sentava no mesmo lugar que estava antes.

-Estou indo... Minha vida não é das piores sabe?! E a sua pequena?

-Nunca vai perder essa mania né?! – minha voz era zangada, assim como minha expressão.

-Um dia eu vou te perder? – ele falava de um modo gentil e doce.

-Não... – abaixei meus olhos e observava a água em meus pés.

-Então não vou parar... – ele olhou fixamente para meu livro – O que é isso?

-Não... Não é nada... – segurei o livro com mais força.

-Deixe-me ver isso... – ele veio pra cima de mim e tentou pega-lo.

-Não Daniel... – Sai correndo pela areia, mas ele me puxou e derrubou no chão, ficamos perto demais, estava deitada e ele sobre mim, meu coração acelerou, minha respiração estava ofegante, assim como ele.

-Por favor Anna... – estávamos a menos de dez centímetros, lábios perto um do outro, dava para sentir seu hálito de hortelã, soltei o livro por não saber o que estava fazendo, ele dobrou os braços e o leu, sorriu, me olhou no fundo dos olhos com seus olhos castanhos intensos – Então é isso que me escondia? – eu estava vermelha – Não era necessário, vim aqui para dizer que te amo e que não te esqueci em nenhum momento, depois que nós terminamos foi pior, não sabia a quem recorrer, eu me perdi, da minha vida, te todos e principalmente de você... 




Nós nos beijamos ali, foi incrível, não sabia que ele ainda sentia algo por mim, mas daquele dia em diante aprendi que quando se ama o melhor é falar, pois se você se calar pode sofrer mais do que se falasse... 

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