" Eu não sei fazer poesia, mas que se foda! " (Não uso sapatos - Charlie Brown Jr)
Cerca de dois meses haviam se passado desde que Pedro e Sophia começaram a namorar. Tudo estava completamente perfeito.
O carnaval havia chegado e Pedro e Sophia haviam combinado de passar juntos. Sophia foi como de costume para Saquarema e Pedro ficou em Iguaba, como ali era bem perto ele ia vê-la todos os dias. Nos dias que não saíram, ele ficava com ela na casa dos tios até meia noite mais ou menos.
O que acontecia de costume também era os velhos amigos de Pedro irem para Iguaba passar o carnaval com ele. Dessa vez ele ainda não havia ido em nenhum dia vê-los.
Domingo de carnaval havia chegado e Pedro, após voltar da casa dos tios de Sophia, resolveu sair um pouco com os amigos. Não havia problema algum nisso. Era o que ele imaginava.
Pedro logo avistou seu primo marquinhos quando chegou no centro da cidade, onde se concentrava o carnaval iguabense. Ele no início achou estranho, mas resolveu sair com seu primo. Logo em seguida encontraram Thiago, Henrique, Luiz e outros amigos antigos. Logo em seguida quem também apareceu foi Luciana. Fazia tempos que Pedro não via sua “melhor amiga”.
A noite foi bem tranquila e Pedro realmente estava sossegado, apesar de ter bebido bastante. Então quando já se aproximava as quatro horas da manhã, seus amigos começaram a ir embora. Um por um. Até que só restou Marquinhos. Também não demorou muito e se foi.
Pedro estava bem cansado e sabia que deveria ir para casa. Foi até o fim da rua principal, olhou para a rodovia Amaral Peixoto, logo em seguida olhou para a praia. Pode notar cada detalhe daquela madrugada. O céu já começava a clarear. O negro da noite dava lugar au azul escuro do amanhecer. A “lagoa de Araruama” estava bem serena. O transito continuava engarrafado. Pessoas entravam em “Vans” com placas escritas “Araruama”. Alguns homens vestidos de “piranhas”. Até que em um momento ele sorriu. Fechou os olhos e pensou em Sophia. Sua amada. Sua história de amor. Faria dois meses de namoro com ela naquela segunda-feira. Naquele momento ele conseguia se lembrar de cada detalhe da sua amada. Foi então que abriu os olhos e avistou uma menina de longe. Esfregou os olhos e tentou focar no rosto dela. Aquele rosto era muito familiar. Ela também o olhava com o semblante sério e estava vindo em sua direção. Pedro não precisou de muito tempo para perceber quem era. Então ela chegou até ele.
-Pedro!
-Letícia...
-Bêbado até uma hora dessas na rua?! Aposto que pegou muitas garotas e tomou muitas galhas, Isso é, se estiver namorando ainda.
-Bêbado até uma hora dessas na rua?! Aposto que pegou muitas garotas e tomou muitas galhas, Isso é, se estiver namorando ainda.
-Na verdade você errou completamente. Não peguei ninguém, não levei galha e estou completando dois meses de namoro sério.
-Ah sim! Parabéns! Meu namorado não ficava de porre em pleno carnaval até as quatro da manhã sozinho.
-Você que pensa!
-Tenho certeza que não!
-Depende de quem você esta falando.
-Esquece...
-Esta fazendo o que por aqui? Só falta dizer que veio me visitar né?!
-Na verdade eu até pensei nisso... Mas não! Só vim curtir. Eu gosto de Iguaba.
-É mesmo? Estranho. Você sempre me dizia que detestava.
-Passei a gostar. Não posso?
-Pode ué. A vida é sua. E ai, pegou muita gente?
-Na verdade dei muito toco. Eu não sou puta!
-Tudo bem! Desculpe! Só estava brincando sua ignorante.
-Não gosto que brinquem assim comigo e você sabe disso.
-Tudo bem! Parei! Agora, de boa, to partindo! Minha namorada não iria gostar de saber que eu estou de papo com garotas por aqui.
-Sua namorada! – Ela nesse momento gargalhou. – Sophia não é?! Amiga de Rafa?!
-Sim. Ela mesma. Por que a gargalhada?
-Essa garota é uma puta! Eu senti pena de você quando soube que vocês estavam namorando.
-É mesmo?! – Pedro respondeu com ironia. – To chocado gente! Será que ela vai inventar desculpas e terminar comigo por causa de um pirralho qualquer como você fez?
-Olha Pedro, eu realmente me arrependo de ter feito o que fiz com você! Você não merecia passar por tudo aquilo e eu realmente fui uma idiota! Mas eu realmente te amo e se essa vaca de fizer sofrer eu vou matar ela!
-Relaxa. Ela não vai me fazer sofrer. Ela não é você!
-Você ainda vai me dar razão.
-Na boa Letícia, não fode não! Vai pra puta que te pariu sua escrota! Ridícula! Você me ama mesmo?! Então torce pela minha felicidade! Não fique me praguejando! Torce pra mim ser feliz, assim como eu torço pra você ser!
-Cara, você não me entende. – Seu tom já era de choro. – Não me entende mesmo...
-Será que não?! Na boa, eu tentei de tantas formas ser seu amigo, mas você só faz merda. Eu já superei tudo! É tão difícil assim pra você?!
-Eu não consigo superar! Isso tudo ainda dói em mim! – Nesse momento ela já chorava. – Você não sabe o que aconteceu.
-Quer saber?! Foda-se! Tchau!
-Pedro?! Peeedro?! Volta aqui...
Pedro deu as costas e foi pra casa. Pelo caminho só lembrava do seu aborrecimento. Era como se tudo aquilo estivesse presente em sua vida outra vez. Aquele medo. Aquela dor... Chegando em casa, correu pra baixo do chuveiro. Ali ele pode chorar aquela mesma dor outra vez. Se desmanchou em lágrimas por uns trinta minutos. Até que desligou o chuveiro. Pegou sua toalha com a estampa do seu time favorito, o Vasco, secou-se, colocou uma bermuda vermelha de microfibra, uma camisa branca, nem mesmo penteou o cabelo ou escovou os dentes, apenas deitou na cama e dormiu.
Por Pierre Martins
Adorei o texto e todo o blog!! Você escreve muito bem. Parabéns!!!
ResponderExcluirJá posso começar a dizer por aí que é um dos melhores escritores atuais? Parabéns. Gostei do texto e dos outros também.
ResponderExcluirAUSHUSAHSAUH' Que isso gente! Valeu pelos elogios! Mas é só um texto comum... Muitos por ai escrevem centenas de vezes melhor que eu! (:
ResponderExcluirGostei dos contos!
ResponderExcluirFarei muito mais! :D
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