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Quem sabe um dia ... |
Segurei firme a sua mão. Por alguns instantes desejei que tudo aquilo fosse eterno. Senti o arrepio gelado subir pela espinha enquanto olhava em seus olhos. Eu não queria deixa-la ir. Não sem antes dizer tudo o que eu sentia. Meu coração acelerado parecia influenciar na sequidão de minha garganta. Como poucas vezes em meus vinte e um anos, eu não sabia que palavras deveria usar. Sabia o que queria e devia dizer. Seus olhos buscavam os meus enquanto eu permanecia imóvel. Sua boca estava entreaberta, como se tivesse surpresa. Nunca fiz questão de esconder que a amava, porém jamais disse isso usando palavras. Por alguns instantes deixei de olhar para quem ela era por fora. Sei que é a mais linda do mundo, mas o que tens por dentro para mim tem mais valor. O seu olhar se intensificava cada vez mais enquanto o vento balançava suavemente seus longos cabelos. Eu podia ver o nosso futuro naquele momento. Então, me enchi de esperança, coragem e medo.
- Tenho que te contar uma coisa. – pigarreei. – É importante.
- O que? – perguntou sem mudar a expressão do rosto.
- Ontem tive um sonho. – suspirei. – Com você.
- Como foi? – ela permanecia imutável.
- Na verdade tenho tido esse sonho a tempos. – sorri timidamente. – E isso é estranho.
- Como foi? – insistiu ela com aquela voz que parecia um pouco alterada, o que me fazia percorrer os olhos por seu rosto e tentar decifrar cada expressão.
- Eu e você eramos...
- Shiu! – disse ela pondo uma das mão em minha boca. – Tenho uma ideia melhor: me mostre!
Apenas sorri naquele momento e levei meus lábios em direção aos seus.
Em meu sonho, eu a fazia feliz.
Por Pierre Martins
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