Pular para o conteúdo principal

Paciência.

Eu espero o tempo que for para ser o seu amor.

- Tenho andado estranho. Estou ganhando peso. – sorri. – Deve ser por conta da academia.
- Entendi. Enfim voltou!
- Sim. Já era tempo, não acha?
- Acho sim.
- Mas isso está me matando. Tenho sentido enjoo todas as manhãs logo após os exercícios. Sem contar as crises de tonteira.
- Se você fosse mulher eu diria que estava grávida. – sorriu.
- Bem engraçadinha você!
- Mas é, poxa. – dizia olhando fixamente em meus olhos.
- Um dia ficarei grávido. – pigarreei. – Será da mulher que amo. Seremos casados, cantaremos na Igreja e vamos ser completamente felizes.
- Você fantasia muito o futuro. Acha que as coisas vão dar tão certo assim?
- Eu tenho certeza! Serei feliz com a minha que amo porque nosso amor será capaz de vencer tudo!
- Nossa! E o que te da essa certeza?
- O olhar dela.
- Olhar dela? Você já a conhece?
- Sim! Quando esses olhos castanho-claro encontram os meus eu posso ver que ela sente o mesmo amor que sinto e, apesar de ela ainda não dizer nada, sou paciente e vou esperar o momento certo. Eu já sei que nascemos um para o outro. E no fundo ela também sabe disso.
- Nossa! – ela sorriu, seu rosto corou, baixou a cabeça e a timidez invadiu o seu corpo.
- Olha, - segurei seu queixo erguendo sua cabeça para que seus olhos encontrassem os meus outra vez. – farei ela feliz quando ela me der uma chance, pois sei que o nosso amor precisa de apenas uma chance.

O silêncio se estendeu por algum tempo. Seus lábios estavam secos e segundos ela sorria, noutros ficava séria. Seu largo sorriso convidada meus lábios para tocar os seus, mas eu sabia que aquele ainda não era o momento certo.

- Eu sei que você vai fazê-la feliz! – suspirou. – Sei que ela vai sempre te querer muito. Mas ainda não me parece o momento certo.
- Eu sei. – continuei. – Sou paciente. Deus a separou para mim. E o que é nosso de verdade nunca se vai.
- Talvez...
- Shiiiu! – interrompi tocando seus lábios com meu indicador. – Não fala nada. Preciso ir. Estão me esperando. Tenho que ir.
- Tudo bem. Ela sorriu. – Vai lá.
- Vem cá. – abracei-a bem forte, como se tivesse segurando um universo inteiro em meus braços e meu dever fosse protegê-lo. – Eu gosto muito de você! Saiba disso.
- E eu de você. – disse ela olhando em meus olhos outra vez.

Então eu fui. Mas ainda voltarei muitas outras vezes. Esse é o meu destino.


Por Pierre Martins

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Você sempre será o meu mundo.

Você sempre será o meu mundo. O céu estava cinza. Bem diferente daquele início de verão de quatro anos atrás. Era uma tarde fria de domingo. Caminhei até a praia onde nos conhecemos. Sabia que a encontraria naquele mesmo lugar. Estava sentada numa pedra que fica de frente pro mar. O cheiro da maresia tomava conta de tudo. A brisa fria conseguia até me deixar arrepiado. Tirei meus chinelos e deixei que meus pés tocassem a areia da praia. Caminhei então em sua direção. Cada passo me trazia uma lembrança. Tudo o que passamos juntos... Em quatro anos conseguimos construir uma história de amor incrível. Meus olhos avermelharam e se encheram de lágrimas ao lembrar-me do quanto ela me fazia feliz. Eu sabia o quanto ela significava em minha vida. Então me senti um idiota por saber que não dizia isso tanto quanto deveria mais. Já estava bem próximo quando percebi que ela estava chorando. Seu rosto vermelho e molhado e seus cabelos levemente cacheados cor castanho-médios balançavam com o ven...

O primeiro beijo

É incrivel lembrar de cada momento daquela tarde de domingo. Meu mundo mudaria completamente naquele dia de sol. -Alô?! -Oi Mari! Tudo bem?! -Tudo sim! E com você? -To ótimo! – Dei um breve sorriso nesse momento e prossegui. – Cheguei. Estou aqui em Bacaxá. Em que praia vocês estão? Naquele momento eu pude sentir que as palavras dela haviam se perdido. Seu coração com certeza havia acelerado e ela não sabia como responder. Eu sei que naquele momento eu senti a mesma coisa que ela estava sentido. -Estamos aqui na praínha. -Onde ela fica? -Ao lado da Igreja. Espera, vou perguntar aqui ao meu tio. -Tudo bem. -Bom, ele esta dizendo aqui que é a praia ao lado da igreja. Aqui perto da praça de Saquarema. -Tudo bem! Já estou chegando ai. -Esta bem. Eu te espero. -Tudo bem! Até logo! -Até logo! Ao desligar, subi no primeiro ônibus que vi escrito “Saquarema”. Levei naquele dia minha irmã e meu cunhado comigo. Ambos mais novos que eu. Ao chegar, não me guiei por palavras ou dicas. Apen...

Protetor.

Enquanto caminhávamos, pude notar algo diferente em seu rosto. Apesar de todas as circunstancias, certamente ela sabia o que eu sentia por ela. Talvez, no fundo, ela gostasse de saber disso.  Lamento por entender que coração alheio é terra de ninguém. Adoraria saber se ela sente algo a mais que essa amizade por mim. Algumas coisas me incomodavam e a principal era essa esperança que nunca morria. Eu não queria amá-la. Somos completamente diferentes, mas ao mesmo tempo sinto que ela é tudo o que eu preciso e eu sou tudo o que ela precisa. É estranho. Eu sei que é, mas nós dois nos completamos. - Posso abraçá-la? – perguntei já envolvendo meus braços sobre ela. - Claro, meu amor. – sorriu. – Estou mesmo precisando de abraços. - Lamento por tudo o que tem acontecido. - Esta tudo bem. Tirando todas as noites de sono que eu estou perdendo... Paramos em frente a vista da praia. Ela me olhou com lágrimas prestes a transbordar. Eu a trouxe em meus braços e abracei encai...