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Alguns Instantes.

Sinceramente, minha noite me surpreendeu. Apesar de esta enjoado e com sono, eu sentia que tudo estava valendo apena. E quando olhei em seus olhos, por alguns instantes eu pensei em muitas coisas. Voltei no tempo. Pensei em tudo o que vivi até aquele momento. Foi incrível pensar que, se tudo me levava até ali, então valeu apena. Ela estava deitada em meu colo e eu tocava seu rosto macio enquanto ela dizia coisas cotidianas com aquela voz doce. Eu não queria ir embora. Não queria nem mesmo me mexer! Só queria deixar que aquele momento e aquela sensação me levasse... Algo nela chama minha atenção. Não é só os olhos negros e penetrantes e nem o reflexo alaranjado da Lua em seu cabelo, mas de certa forma, eu me sinto em paz quando estamos juntos. Não sinto medo, insegurança e nem preciso fingir ser quem eu não sou. É como se Deus tivesse preparado nossa amizade. Sinto um carinho muito grande; sinto vontade de protegê-la de tudo e todos; sinto vontade de estar ao seu lado em tempo integral... Sinto ciúmes quando qualquer outra pessoa rouba sua atenção de mim, nem que seja só por um curto tempo.
Naquela noite, naquele momento eu pensei em tudo isso. Naquele momento em que olhava em seus olhos em pensei em tudo isso.

Fazia tempos que alguém não me convencia que valia apena só com um olhar. E ela só precisava disso. Eu poderia olhar em seus olhos pelo resto de minha vida.
Sei que, como eu, ela tem uma história. Um passado que, mesmo omisso, ainda existe. Sei que carregamos os mesmos medos; as mesmas marcas. Entendo que provavelmente, como todas as outras pessoas, ela não tem uma imagem muito boa a meu respeito. E, provavelmente, ela tem medo que eu faça essa mesma imagem dela. Mas eu não faço. Aprendi que palavras podem mentir e nem sempre as atitudes mostra quem realmente somos. As vezes fazemos coisas que não desejamos fazer, simplesmente por ser um mecanismo de defesa. Mas se você permitir que uma pessoa olhe em seus olhos enquanto segura sua mão, provavelmente ela vai ver o seu espírito e entenderá quem você realmente é.
Eu senti ela em meus braços. Senti nossos dedos se cruzarem. Ela me olhava de uma forma diferente.
Naquele momento eu fechei meus olhos e deixei que nossos lábios se tocassem pela primeira vez.



Por Pierre Martins

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