Pela primeira vez, desde que a conheci, deixamos de fazer amor para fazer sexo. Eu não me sentia parte dela. Apenas sentia que era seu dono.
Ela não era mais a pessoa que eu um dia me apaixonei. Era apenas mais uma na cama. Eu passei a ser apenas mais um em sua cama.
É inegável que ela era ótima, mas faltava aquele algo mais que havíamos construído. Eu nunca havia me sentido tão usado em toda a minha vida!
Os beijos, apesar de intensos, já não eram mais tão quentes. Não havia confiança, nem certeza, nem planos fundamentados.
Naquele momento, deitado ali ao seu lado na cama, eu pude ver que estávamos em um caminho sem volta. O desespero tomou conta de mim e eu deixei que as lágrimas transbordassem sem que ela percebesse.
Ainda lembro daquele momento. Ainda lembro daquela noite. Ainda lembro daquele pesadelo. Ainda lembro da porta que eu quis fechar, mas aquela garotinha não deixou. A porta do fim.
Eu a abracei forte e desejei que aquele dia nunca chegasse. Ainda sinto o cheiro de seu cabelo quando lembro daquela noite. Eu não desejei alguém melhor, mesmo que eu soubesse que nosso fim significaria um recomeço pra mim; mas eu a queria que todos os seus erros, todos os seus defeitos, suas brigas, ciúmes, imaturidade... eu não me importava. Eu a amei mais que a mim. Bem mais que a mim...
Naquele dia, antes de pegar no sono, eu desejei nunca ter a conhecido, nunca ter a beijado e nunca ter nascido.
Por Pierre Martins
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